Recuperei alguns textos que escrevi enquanto estava no colégio. Não lembro quanto anos eu tinha, mas acho que nem havia chegado ao colegial (ou talvez prestes a).
Achei engraçado, eles são quase um sinal de bipolaridade (rs). Um tão otimista (e tão irreal). Outro tão pessimista (e tão exagerado). Resolvi publicá-los aqui. Afinal, eles são um pouco de mim ainda.
Se estiver a fim de ler, clique em “mais” e fique à vontade!
Bem vindo à minha Pasárgada
Nu de frente, de costas, por dentro e por fora.
Vestido unicamente do desejo de não usar roupa nenhuma.
Livre pra respirar, correr e falar o palavrão que quiser.
Assim é a minha Pasárgada, sem a hipocrisia das purezas.
Lá posso deixar cair a máscara e lavar a cara,
subir no meu salto alto e mostrar toda a altivez
de quem já tanto caiu e sentiu vergonha das risadinhas abafadas.
Não existe hora para sair e chegar, para fazer isso e aquilo.
Lá, os batimentos cardíacos ditam o tic-tac. Aja pelo impulso do pulso.
Limites, só se você quiser. Limite-se a não pensar até onde deve ir.
O caminho é infinito e não é preciso refletir sobre o que há além da curva.
Só é preciso curtir o que há antes dela…
Mergulhe no próprio paraíso do aqui e agora, Éden das mil e uma possibilidades.
Deixe a parte racional de sua massa cefálica na entrada.
Na minha Pasárgada só há lugar para mentes no formato tábula rasa.
Não é necessário encher seu sistema respiratório com farinha ou erva
Sua liberdade é seu próprio alucinógeno… Por isso, enlouqueça!
Entregue-se ao prazer de perder a razão, os sentidos e a cabeça.
E seja bem vindo à minha Pasárgada!
A SINFONIA
A sinfonia amarga da vida resolveu tocar
Tocar meu peito e a minha alma levar
Levar não para o sono, mas para o castigo eterno
De ser o que sou…
As notas da sanidade estão desafinando demais
E eu não me sinto mais capaz de acreditar em mim
Eu não tenho paz…
Meu caminho está tão escuro
E minha última luz de esperança ameaça apagar…
Sinto que minha alma cai, cai e não vai mais parar
E que o meu corpo ri dessa desgraça sem graça
Eu só queria fugir e sumir dessa vida de farsa…
Mas eu sou muito fraca, sou débil
Eu não sou nada
Sou só um pouco de raiva
que desmaia e acorda mais viva
Um poço cheio de dor e eu sou a minha própria ferida…
Sou minha carrasca. Nada por mim passa
Eu sou minha sentença, uma promessa imensa
De me matar afogada num mar de venenosa lágrima…
Cala última nota, e me perdoa
Porque creio que eu fiz
A sinfonia da vida tocar à toa…