Na escola, me encantei por um bichinho com nome estranho, chamado Noctiluca. Abre Parênteses: sempre fui um ás em Biologia. Até hoje me pergunto como o gosto por essa ciência não conseguiu suplantar a escolha pelo jornalismo… Fecha Parênteses. É um tipo de plâncton (minúsculo, portanto) que tem a capacidade de “brilhar” quando alguma coisa o incomoda: o fenômeno da bioluminescência.
Apesar de gostar tanto da “Luca”, nunca tentei ver o mar brilhar à noite nas minhas idas à praia. Nesses últimos dias, percebi que uma das coisas que preciso fazer antes de morrer é rever as noctilucas, mas não mais nos livros de Biologia.
Primeiro, vi um post num blog sobre o fenômeno. E agora, uma amiga minha me enviou uma música do uruguaio Jorge Drexler que leva o meu plâncton favorito no nome. Quanta coisa esses dois “reencontros” não me fizeram relembrar e pensar…. Principalmente nas coisas que gostaríamos de viver, mas nunca demos chance. E o pior é que nada nos impede, só nós mesmos e as nossas próprias barreiras (preguiça, tempo, compromissos, dinheiro, falsas prioridades…).
Fica aqui um convite: vamos ver o mar brilhar! Logo! Por que não?
La noche estaba cerrada.
Y las heridas abiertas.
Y yo (…) buscaba sin encontrarme,
En una playa desierta.
Tenía la edad aquella en que la certeza caduca,
Y de pronto al mirar el mar vi que el mar brillaba con un brillar de noctilucas.
Brilla noctiluca,
Un punto en el mar oscuro,
Dónde la luz se acurruca.
* * *
Que genial Drexler!