“Todas essas buscas, todos esses mundos… Podemos ser tão semelhantes e viver em universos tão distantes? É possível que partilhemos o mesmo frenesi, nós que não somos do mesmo solo nem do mesmo sangue e da mesma ambição?”
Hoje, depois de ler esse trecho do livro A Elegância do Ouriço, relembrei momentos dos últimos dias e me peguei pensando: sim, do que são feitas as pessoas? O que verdadeiramente nos une e o que criamos para nos separar?
Estou participando de um grupo de leitura e discussão do livro Um mês para viver. São umas 10 pessoas que leem um capítulo por dia e depois refletem juntas sobre o que aquelas palavras querem dizer e como elas podem nos transformar. São pessoas tão diferentes. A maioria religiosa. Eu ainda cheia de dúvidas. Alguns moram juntos. Outros nunca se viram na vida. A maioria é estrangeiro – alguns saíram de sua cidade para estudar em São Paulo, outros deixaram o México para fazer intercâmbio no Brasil. E eu estou de partida para ser estrangeira também.
Todos tão diferentes e reunidos ali, juntos, para refletir sobre a vida, destilar as angústias e compreender por que estamos aqui e como aproveitar melhor o nosso tempo. Cada um com sua busca. E vou percebendo que, mesmo com esforço, é difícil apr0ximar universos quando somos tão egoístas por natureza. Porque é realmente custoso e doloroso se reconhecer naquilo que não reflete nossa imagem. Mas acho que, quando conseguimos, e aí que partilhamos do mesmo frenesi sobre a vida.
“É preciso que alguma coisa acabe, é preciso que alguma coisa comece”. Que acabe o medo e que comece a confiança. Talvez assim a gente consiga responder a essas perguntas e encontrar a plenitude de ser o que somos e de deixarmos ser.
Excelente texto.
Veja esse ‘pensamento’ de Blaise Pascal (aquele famoso físico):
“Quando considero a duração mínima da minha vida, absorvida pela eternidade precedente e seguinte, o espaço diminuto que ocupo, e mesmo o que vejo, abismado na infinita imensidade dos espaços que ignoro e me ignoram, assusto-me a assombro-me de me ver aqui e não lá. Quem me pôs aqui? Por ordem de quem me foram destinados este lugar e este espaço?”
Todos buscamos alguma coisa. Uns estão mais próximos do que realmente deve ser buscado.
Cada coisa a seu tempo, cada um com sua evolução.
Já leu o livro “A cabana” ? (tem um estilo religioso mas a mensagem é excelente)
Abraço.