Não sou religiosa. Nunca fui. Nunca serei. Quando eu era mais jovem, mal podia entrar numa igreja. O episódio de mal estar mais marcante aconteceu quando eu tinha, sei lá, uns 14 anos. Em excursão pela escola, o grupo de trabalho tinha que fazer alguma coisa dentro da igrejinha numa cidade próxima a São Paulo. Eu entrei, mas os vitrais, o altar, a salinha secreta atrás do altar, os vitrais de novo… Tudo isso fez meu coração disparar e a respiração faltar de um jeito horrível! Que sensação opressora! Só melhorou quando deixei o recinto, decidida a nunca mais entrar em igrejas – católicas sobretudo.
Minha relação com elas melhorou depois do casamento de um primo meu. Foi numa igreja bonita, super simples, sem santos nem vitrais. Não me senti mal. Pude ficar. E desde então, desde que não ostentassem nem me colocassem sob o jugo de suas imagens, passei a tolerar as igrejas.
Por dentro, eu quero dizer. Porque, por fora, elas sempre cumpriram um belo papel. Me dei conta disso hoje no trem, indo de Poá para São Paulo. Uma torre despontava entre as construções. A manhã estava bonita e o Sol refletia na cruz. A conjunção de trem + igreja me lembrou de como toda cidade tem uma, de como elas são marcos arquitetônicos – ou, ao menos, de posição geográfica. Lembrei das tantas igrejas que vi nos meus mochilões pela Europa – nem sempre entrei; naquelas onde tentei, não passei mal. Lembrei, por fim, de como elas são, simplesmente, bonitas…
O que tem dentro??? Aaahh… o que tem dentro fica por conta de cada um. Por fora, elas são de tod@s!
Minhas Folhas de Relva 