Hoje a noite, a bordo do 107T- Tucuruvi, observava as luzes da Augusta enquanto ouvia, inocentemente, a música…
“I remember when I lost my mind
There was something so pleasant about that place
Even your emotions have an echo in so much space
And when you’re out there without care
Yeah, I was out of touch
But it wasn’t because I didn’t know enough
I just knew too much.
Does that make me crazy???”
Era Gnarls Barkley na voz de Ben L’Onlce Soul, cantando alegremente sobre a perdição. De repente, minha mente entendeu e meu coração sentiu. É isso!
“And I hope that you are
Having the time of your life
But think twice
That’s my only advice
Come on now, who do you
Who do you think you are?
Ha ha ha, bless your soul
You really think you’re in control?”
Pela primeira vez na minha vida no Brasil – vida normal, dia a dia, família, responsabilidades, longo prazo – eu estou vivendo a música. Crazy mesmo. Exposta. No limite. Difícil manter o controle. Mas isso eu já havia admitido. A diferença é que, na intensidade daquele Soul, eu entendi que as crises, as contradições, as dúvidas são proporcionais à gana com que vivemos. Eu tenho sofrido mais, mas experimentado mais, me descoberto mais, me conhecido mais (apesar de não entender).
E ao som da música “Crazy”, com a reflexão da noite e um certo alívio no peito, eu declaro a minha palavra para 2013: EQUILÍBRIO. Certa de que ele não se alcança sem conflitos. Equilíbrio não é estático.
“If you want harmony in colour, you could paint it all one colour. But you want to give expression to many colours, many facets, many tones, and so you have to work harder, use your intuition to bring them all into a state of equilibrium. Equilibrium is not static.” Benjamin Creme
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