“Nos anos 70, Marina Abramovic viveu uma intensa história de amor com Ulay. Durante 5 anos viveram num furgão realizando todo tipo de performances. Quando sentiram que a relação já não valia aos dois, decidiram percorrer a Grande Muralha da China; cada um começou a caminhar de um lado, para se encontrarem no meio, dar um último grande abraço um no outro, e nunca mais se ver. 23 anos depois, em 2010, quando Marina já era uma artista consagrada, o MoMa de Nova Iorque dedicou uma retrospectiva a sua obra. Nessa retrospectiva, Marina compartilhava um minuto de silêncio com cada estranho que sentasse a sua frente. Ulay chegou sem que ela soubesse, e foi assim.”
* * *
* * *
Puxa… chorei. Me imaginei num encontro assim daqui 20 anos. Em silêncio e com os olhos marejados por uma intensa história de amor de 2 anos e meio.
Encontrei esse vídeo no Facebook, e algumas pessoas comentaram que a reação de ambos demonstra que talvez tenha sido um erro achar que a relação já não valia a pena. Não sei… Aquelas lágrimas podem não ser por algo que foi abandonado quando não deveria ter sido, e sim pelo passado que não pode ser recuperado – e isso dói. Mesmo numa relação já esgotada. “Eis a verdade banal que descobrimos, frustrados, ao fim de cada encontro: toda memória é um luto pelo que vamos deixando para trás.”
E eles fizeram um minuto de silêncio. Em memória pela relação. E em luto pelo passado.