Quando eu voltei da Inglaterra, consegui um emprego de frila fixo na Editora Abril. Foi no site Casa.com, do núcleo de Decoração da editora, que produz também as conhecidas revistas Casa Claudia, Arquitetura & Construção e Minha Casa. Duvido que alguém que prestou jornalismo no vestibular sonhe em ser um repórter de decoração. Mas os tipos mais inesperados de trabalhos surgem pelo nosso caminho e a gente aprende a reconhecer o valor de cada um deles.

Esta sala aqui inspirou a minha: parede cinza-claro pra destacar o rack branco, poltrona no canto e as ideias de ter uma luminária de chão e uma mesinha feita com bobina de madeira! Está em http://goo.gl/gdrmt
Eu aprendi a gostar de decoração. Aprendi que não é, necessariamente, fútil ou caro. E criei a minha definição: decorar é uma questão de gerenciar bem os recursos e ideias para criar espaços mais gostosos de habitar, apesar da vida corrida, do cotidiano caótico. Decorar é dar vida à casa. Decorar é analisar quem você é e colocar um pouco de si mesmo em móveis, cores, soluções.
Enquanto eu estava lá na redação do Casa.com, fui reunindo ideias e inflando a vontade de ter meu cantinho. A hora chegou e eu me vejo lendo e relendo as revistas classe C (que são, de fato, realistas…rs), recortando as matérias, fazendo planos. E ainda envolvo a família! Meu pai, que é metalúrgico de formação e metido a faz-tudo, agora é também realizador desses planos 😉 Vamos à história!
O guarda-roupa que ficava na casa dos meus pais foi desmontado e montado lá em casa. Só não contava com o fato de que o pé-direito do meu apartamento é mais alto. Por isso, sobrou o maior espação até o teto. Isso seria algo positivo se eu e o marceneiro tivéssemos pensado em aproveitar esse espaço antes de montar o móvel. Eu queria uma sapateira a mais – como dar conta dos sapatos e de tantas outras coisas numa casa menor? – e daria certinho ali. Daria. Foi só mais uma das várias coisas que deram errado na reforma (faz parte…). Mas o bacana da decoração é que, com a ajuda dela, há solução pra tudo!
Eu encontrei a minha na edição de Janeiro/12 da revista Minha Casa. A matéria era sobre um apartamento alugado com cara de reformado (e ficou mesmo!). Lá, também era um problema o espaço para os calçados. E foi resolvido com um simples deque de madeira adaptado com rodinhas, para ficar embaixo da cama. Genial! Recortei a foto da sapateira e mostrei pro Papis (quer ver a matéria também? Em: http://goo.gl/4Qp85) Como a minha cama é box de casal, e com pés altos, deu pra projetar dois deques de 70 cm x 80 cm.
Munido de ripas de madeira e sua maleta de ferramentas, meu pai montou, ele mesmo, os deques e envernizou. Fica bem mais em conta do que comprar a peça pronta e só colocar as rodinhas. Para se ter uma ideia, a revista indicava R$58 pelo deque de madeira pinus medindo 70 x 70 cm, mais R$1,95 por cada rodízio. O Seu Frank gastou R$67 para fazer as duas peças! Metade do preço!!!
Os tempos de sapatos amontoados e pouco arejados vão acabar! E graças ao poder da decoração. E ao meu pai, claro! 😀
* * *