Encontrei um cantinho à beira do Rio Reno, bem pertinho da água. Lá descansa uma pedra rasa, batida, lisa, quase um banquinho japonês, que te deixa a poucos centímetros do chão. E é lá onde eu tenho me sentado depois da caminhada matinal pra fechar os olhos na direção do Sol, relaxar e meditar. Uns 10 minutinhos, que seja.
Foi engraçado. Da primeira vez, eu e meus olhos fechados nos surpreendemos com um barulho. A calmaria do rio ficou meio revolta. Eram ondas. Os barcos que fazem transporte de carga, grandes e pesadões, ao passarem, transformam o rio em um tímido mar.
Mas, de olhos fechados, ainda não bem relaxada e muito menos em estado meditativo, eu não via o tamanho da onda. Mesmo sabendo que é só um leve avanço de água, o barulho tomou grandes proporções na minha cabeça. Parecia um Tsunami, ia me molhar toda. Inquietação. Mas calma, não é possível. Barulho continua, inquietação persiste.
Abri os olhos pra ter certeza do que não existia. Mas que na minha mente, enquanto o escuro dela era toda a realidade, fora muito real.
Ow, foi muito dahora percerber que vivenciei uma metáfora para as peças que a nossa cabeça hiperativa nos prega! Quantas vezes a gente não enxerga a realidade com o escuro da nossa mente que não consegue ver direito, num é???
Já me sentei várias outras vezes no banquinho talhado pela natureza. Da segunda, fechei os olhos, ouvi as ondas. A inquitação voltou, confesso. Mas falei pra mim mesma “calma, Aline. É só a mente vivendo o que não existe e dando chilique”. E enfim, relaxei.