Minhas Folhas de Relva

percepções do cotidiano em letras livres

Uma viagem ao Peru – Cusco muito além de MachuPicchu 01/05/2013

Para alguns, foi estranho quando disse que passaria minhas férias no Peru. Afinal, eu havia tirado visto pros EUA. Verdade que eu estava com São Francisco, New Orleans e NY na cabeça, mas depois que fiz as contas de quanto sairia essa viagem pagando tudo em dobro, desisti… Foi então que: uma promoção da TAM + as tantas recomendações que já havia recebido de outros amigos viajantes = fizeram com que eu decidisse conhecer o vizinho hermano. Minha primeira viagem para a América do Sul, depois de já ter visitado 12 países na Europa.

O Peru me surpreendeu!!! Os lugares são belíssimos, as coisas são baratas, o povo é excepcionalmente amistoso! E foi muito gostoso passar doze dias arranhando meu espanhol. É nessas horas – horas da verdade – que a gente descobre que gosta mais do que pensava de uma língua. Porque se comunicar bem é tudo de bom!

Nosso roteiro começou com um pernoite em Lima, no hostel Pay Purix Hostel (pagamos S./120 por um quarto triplo com banheiro privativo), que fica pertinho do aeroporto. Recomendo para quem vai fazer o mesmo, só pernoitar. É limpo, tem um decoração interessante, o chuveiro funciona (apesar de não ter muita pressão) e a hostess que nos recepcionou era ótima! Só ficamos sem o café da manhã (não nos deram nem uma frutinha de consolação, mas ok,, nenhum outro lugar deu), pois bem cedo tivemos que sair para pegar o voo da Star Peru para Cusco. E assim fomos!

Cusco é uma graça, da cidadezinha aos arredores! Mistura de base inca e prédios coloniais. Cheguei achando que iria me livrar do soroche, mas não… A cabeça doeu, fiquei um pouco enjoada e me sentia muito cansada. Resultado: não fizemos nada de turístico no primeiro dia. Haviam me recomendado tomar Soroche Pills antes de pegar o avião, mas uma cartelinha era ridiculamente cara na farmácia do aeroporto (a única onde tivemos tempo hábil para passar). O jeito foi comprar lá mesmo e tomar para acordar 100% no dia seguinte. Uma guia nos disse que esse remédio nem é necessário, só tomar caramelos de coca já seria suficiente. Foi o que fiz pelo resto da viagem, e fiquei bem. O gosto nem é ruim 😉

Antes de embarcar para a aventura máxima na região, fizemos um city tour por quatro sítios arqueológicos e um passeio a Maras-Moray. Valeu muito a pena!!! Moray foi usado pelos Incas como um laboratório agrícola, construído em degraus para criar diferentes microclimas para adaptar plantas às altas altitudes peruanas e poder transferir as sementes para outras localidades. A vista das terrazas é ainda mais bacana ao saber de tanta engenhosidade! Maras é uma mina de sal, cheia de tanques que, no inverno, ficam branquinhos, branquinhos depois de a água já ter evaporado. Quando fomos, já tinha um tanto de sal e já era lindo!

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Depois, foi a vez de ter a primeira grande surpresa peruana: o Valle Sagrado! Não sabia que era tão lindo…. A vista daquelas terras férteis, protegidas por montanhas cobertas de um verde rasteiro, era demais! O que mais me impressionou foi o poder da agricultura: no Valle, é possível encontrar, simplesmente, 2500 variedades de batata – metade de todas as variedades existentes no mundo! Fora isso, são mais de 300 tipos de milho… Para quem acha que só havia o amarelo que faz pipoca e curau, se maravilha quando vê também maiz roxo, preto, vermelho, rajado, grande, pequeno… E lá no Peru, eles comem milho tostado como nós comemos amendoim. E são uma delícia! Choclo con queso então….. hummmmmm!!!

O Valle Sagrado ainda te presenteia com vilarejos como Chinchero, onde cholas fabricam de forma totalmente artesanal e tradicional os conhecidos blusões, mantas e cachecóis peruanos, ultracoloridos! Me arrependi amargamente de não ter comprado nada lá…. É que, a princípio, você desconfia do preço (afinal, você já foi avisado vááárias vezes de como o Peru é baratíssimo e de como é necessário negociar e negociar…), da originalidade dos produtos… (às vezes, dizem que é feito de lã de alpaca ou baby alpaca, mas, na verdade, tem lã de ovelha ou mesmo sintéticos misturados).

Foi a primeira feirinha em que fomos. Depois, descobri que tecido tradicional é feito mesmo lá em Chinchero. E comparando com outros preços (e outras qualidades) que encontramos ao longo da viagem, pagar os S./40 que elas pediam por um blusão valia muito a pena! O arrependimento de não ter comprado lá ficou ainda maior por saber que não colaborei com a arte de mulheres que nos explicaram, com tanto carinho, como elas lavam e tingem a lã da alpaca – tudo com produtos naturais, do sabão às tintas! Fica a dica pra quem for pra lá: comprem em Chinchero! Pela qualidade e para manter aquela bonita tradição.

O passeio só ficava mais bonito… visitamos Pisac, outro vilarejo gracinha e pitoresco, que nos presenteia com casas de adobe e com uma feirinha incrível, cheia de produtos artesanais e baratos! Desta vez, eu comprei…. hehe. Pena que o tempo era muito pouco para ver todas as tiendas e pechinchar adequadamente… Dizem que lá também é ótimo pra comprar prata original, mas estava totalmente fora das minhas posses, então mal olhei 😛 Terminamos o dia em Ollantaytambo, onde pudemos conhecer de perto das terrazas e o Templo do Sol, construído com pedras gigantescas, cortadas e encaixadas com precisão  – marca da arquitetura inca. Uma só palavra pra tudo isso: SUBLIME!!!

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