Ano passado, comemorou-se 40 anos desde o surgimento da minha banda favorita: Queen. Rolou uma exposição numa galeria em Brick Lane, um dos endereços mais descolados de Londres, e eu fui lá conferir (veja post).
Na saída, eu e o segurança engatamos uma conversa. Ele, um negão de, pelo menos, um metro e oitenta, que perguntou se eu curti a exposição. Disse que percebeu que eu fiquei horas lá dentro – e foi mesmo. Papo vai, papo vem, comentei que seria super bacana encontrar o Brian e o Roger lá. O segurança me disse que, na inauguração, eles estavam lá, mais um monte de gente famosa e algumas pouco famosas, mas que chamaram a atenção, como a namorada do guitarrista do Rolling Stones, uma brasileira que tem, pelo menos, um terço da idade dele. Falamos, claro, sobre o fato de eu ser brasileira (assunto inerente a qualquer conversa na Europa) e eu perguntei se eles – o Brian e o Roger – não iriam à exposição de novo.

Eu os teria visto assim, de cabelo branquinho, e de pertinho, se não fosse a festinha na quinta à noite em casa...
Aí, o segurança desceu dos seus quase 2 metros de altura e falou num tom de segredo: “Então, eles virão semana que vem. Querem chegar bem cedo pra curtir a exposição sem serem incomodados… Mas e daí se eles chegarem e você estiver aqui, passando, como quem não quer nada? Só não diga que fui eu quem avisou, ok?”. O segurança – Paul é o nome dele -até pegou meu número de celular e deu um toque no meu, pra eu ter o número dele também. Disse que me ligaria. E assim eu fui embora, num final de semana meio cinzento (pra variar), mas cheio das cores do Queen e da exposição.
Três dias depois, um dia antes do Dia D, o Paul me mandou uma mensagem. Disse que haviam mudado a data e que guitarrista e baterista iriam à exposição dois dias depois do previsto. Agradeci horrores ao querido Paul, o segurança, e ele respondeu com uma das cantadas mais legais que já levei: “Agradeça à sua mãe, por ter te feito uma gracinha.” Ainda tenho o número de celular dele na minha agenda. E a mensagem também (recordações de um tempo bom…rs).
Um dia antes da quinta-feira em que eu encontraria cara a cara dois dos meus maiores ídolos do rock, eu e meus housemates fizemos uma festinha informal em casa, em pleno dia de semana. Rolou muita Carslberg, muita Foster, muita Cider…. e muita coisa depois disso (que é censurada para este post – fiquem vocês com a imaginação fervilhando aí…rs). Resultado: acordei acabada e atrasada. Já era…. Achei que não valia a pena ir mais…. Eu tinha que estar na Old Truman Brewery antes das 9 da manhã. No way… Desisti mesmo. Mais tarde, mandei uma mensagem para o Paul, dizendo que não consegui ir… E quase não acreditei quando ele me disse que os astros ficaram dando autógrafos e tirando fotos até 1 da tarde! Aaarggghhhh…
E esse foi o dia em que quase conheci Brian May e Roger Taylor. Claro que me arrependi. Podia ter voltado para o Brasil com uma foto com a cara de criança feliz ao lado dos meus ídolos. Podia ter contado aos prantos pro Brian como eu aprendi inglês aos sete anos cantando as músicas do Queen. Mas só por essa história toda já valeu a pena.