Minhas Folhas de Relva

percepções do cotidiano em letras livres

Divisor de águas 10/05/2013

Filed under: Cotidiano,Intercâmbio — Aline Moraes @ 9:03 PM
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Em Agosto de 2010, minha Mamis desceu as escadas do Buffet ao som desta música. Marcou para ela a comemoração pelos 50 anos. Para mim, o início de uma nova etapa, do outro lado do Atlântico. Eu escolhi essa música, pra mim e pra ela. E é ela que eu cantarolo toda a vez em que algum novo divisor de águas está prestes a se instalar em minha vida. Quer metáfora mais bonita que a de um céu claro o bastante, depois da tempestade, que te permita ver os obstáculos a frente e ainda acreditar que os dias serão brilhantes???

I can see clearly now the rain is gone. I can see all the obstacles in my way. Gone are the dark clouds thar had me blind. It’s gonna be a bright sunshiny day!

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A Carta e o Vírus 09/05/2013

Filed under: Comportamento,Cotidiano,Divã — Aline Moraes @ 11:47 PM
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Ela é endereçada a mim, a você… A nós que – mesmo a trancos e barrancos – sabemos que a tal felicidade é uma busca cheia de esperança e contentamento pelo caminho. Que “a tristeza tem fim“. E que os momentos bons é que ficam

Não vá levar tudo tão a sério…
Sentindo que dá, deixa correr.
Se souber confiar no seu critério,
Nada a temer.

Não vá levar tudo tão na boa…
Brigue para obter o melhor!
Se errar por amor, Deus abençoa.
Seja você.

No que sua crença vacilou,
A flor da dúvida se abriu…

Ah, se todo o mundo pudesse saber
Como é fácil viver fora dessa prisão
E descobrisse que a tristeza tem fim
E a felicidade pode ser simples como um aperto de mão.
[Entendeu?]

É esse o vírus que eu sugiro que você contraia.
Na procura pela cura da loucura,
Quem tiver cabeça dura vai morrer na praia…
[Viu?!]

 

Fase Raul 13/03/2013

Filed under: Cotidiano,Cultura — Aline Moraes @ 1:08 AM
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Ganhei, em 2010, um CD com as melhores músicas Lado B do Raul Seixas. Era pra eu levar de lembrança para a Inglaterra, mas quem disse que eu consegui ouvir o CD????! Foi no último final de semana que, sei lá por quê, resolvi desenterrá-lo, ouvi-lo no carro e… ahhh! Como me extasiei com as letras de Raulzito! Ele me lembra algo importante: uma filosofia de vida que talvez não seja exatamente a minha, mas que é muito inspiradora. Filosofia de questionamento, de liberdade, de “toque o foda-se nessa sociedade controladora e moralista“. Uma injeção de ânimo

“Faça, fuce, force, mas não fique na fossa… Faça, fuce, force, mas não chore na porta… Faça, fuce, force, vá! Derrube essa porta. Trace, fuce, force, vá! Que essa chave é torta…”

“Enquanto eu provo sempre o vinagre e o vinho. Eu quero é ter tentação no caminho. Porque o homem é o exercício que faz.”

“Toda vez que eu sinto o paraíso, ou me queimo torto no inferno, eu penso em você meu pobre amigo. Que só usa sempre o mesmo terno. Todos os caminhos são iguais, o que leva à glória ou à perdição. Há tantos caminhos, tantas portas. Mas somente um tem coração. E eu não tenho nada a te dizer, mas não me critique como eu sou. Cada um de nós é um universo, Pedro. Onde você vai eu também vou. Mas tudo acaba onde começou.”

Conserve seu medo, mas sempre ficando sem medo de nada. Porque dessa vida, de qualquer maneira, não se leva nada. E ande pra frente olhando pro lado. Se entregue a quem ama, na rua ou na cama, mas tenha cuidado…”

E aonde está a vida? Aonde está a experiência? Já te entregam tudo pronto, sempre em nome da ciência, sempre em troca da vivência. E aonde tá a vida? E a minha independência?

E deixo essas letras aqui como inspiração para dias mais intensos e profundos e honestos.

 

Loucura, dá um tempo… 25/02/2013

Filed under: Cotidiano,Cultura — Aline Moraes @ 9:13 PM
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Loucura, dá um tempo… Que eu quero ter mais tempo pro amor.
Contra ti, loucura, eu canto… E do peito se afasta qualquer sinal de dor.
Loucura, eu sei que volta… Mas sempre há razão pra, de novo, impor:
Loucura, dá um tempo… Que eu quero descanso e mais amor.

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Lenine se inspirou no Mestre Guimarães Rosa. Leia aqui!

 

To Build a Home 15/02/2013

Filed under: Cotidiano — Aline Moraes @ 12:01 AM
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Para coroar o post publicado antes, a música To Build a Home, da Cinematic Orchestra. Um amigo me indicou uma lista das 100 músicas mais bonitas do mundo, aquelas que fizeram alguém dizer “Nossa, eu morreria por isso!”. A música que eu ofereço agora é a terceira da lista. E, nesse momento, eu morreria por ela…

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A vida é uma grande ilusão 31/01/2013

Filed under: Comportamento,Cotidiano — Aline Moraes @ 9:25 PM
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Tem dias que eu fico pensando na vida e, sinceramente, não vejo saída. Como é, por exemplo, que dá pra entender: a gente mal nasce, começa a morrer. Depois da chegada vem sempre a partida, porque não há nada sem separação. Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão… Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.

A gente nem sabe que males se apronta. Fazendo de conta, fingindo esquecerque nada renasce antes que se acabe e o sol que desponta tem que anoitecer. De nada adianta ficar-se de fora. A hora do sim é o descuido do não. Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.  Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão.

E você tinha razão, Toquinho. Mas vou deixar na voz da Mart’nália.

***

 

Grey Room – frustrações e inspiração 01/06/2012

Filed under: Cotidiano,Cultura — Aline Moraes @ 1:13 AM
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Uma música maravilhosa… Sobre frustrações e inspiração. Porque todos nos pegamos, de tempos em tempos, dentro de um quarto cinza. But not for long.  Cheers, Damien Rice! You’re the man!

Well, I’ve been here before… Sat on a floor, in a  grey, grey room.
Where I stay in all day, I don’t eat but I play with this grey, grey food…

Désolé, if someone’s praying and than I might break out…
Désolé, even if I scream I can’t scream that loud…

I’m all alone again… Crawling back home again… Stuck by the phone again…

Well, I’ve been here before, sat on a floor in a grey grey mood.
Where I stay up all night and all that I write is a grey, grey tune…

So, pray for me child, just for a while, that I might break out.
Pray for me now child, even I smile would do for now…

‘Cause I’m all alone again… Just crawling back home again… Stuck by the phone again…

Have I still got you to be my open door?
Have I still got you to be my sandy shore?
Have I still got you to cross my bridge in this storm?
Have I still got you to keep me warm?

If I squeeze my grape, than I drink my wine….
If I squeeze my grape, than I drink my wine…

Oh, ‘cause nothing’s lost! It’s just frozen in frost, and it’s opening time!
There’s no-one in line, but I’ve still got me….
…to be your open door…
I’ve still got me to be your sandy shore…
I’ve still got me to cross your bridge in this storm…
And I’ve still got me to keep you warm…
Warmer than warm, yeah… Warmer than warm, yeah…
Warmer than warm, yeah…!

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Interdição – ou por que não podemos cantar em público 04/05/2012

Filed under: Cotidiano — Aline Moraes @ 1:46 AM
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0h30. 701U-Jaçanã. Alguém está cantando dentro do busão… Mais essa… Sento-me ao lado da tal pessoa (até então, eu não sabia) e aceito o desafio de não me irritar. Estou ouvindo música, Grey Room do Damien Rice toca no meu ouvido, então beleza… Mas o busão todo olha. Perplexidade no ar. Não sei se o carinha com cara de gótico meio do tipo cosplay estava cantando em japonês, em alemão ou em inglês. Talvez nas três línguas. Fato é que ele cantava, e alto.

Se alguém reparava e olhava pra ele com cara de reprovação, o cantor do busão não se fazia de rogado. Soltava um sorriso em desafio e prosseguia. Enquanto eu continuava curtindo a minha playlist, em silêncio para o resto do mundo. Eu queria ter raiva daquele pentelho, mas, no fundo, eu não tinha. Havia algo de subversivo naquela ação que, de certa forma, me fascinou. Se eu pudesse, cantaria todos os dias na rua, no ônibus, no metrô. Música é o que faz minha hora no transporte público mais fácil de engolir. Eu gesticulo, abro a boca, fecho os olhos, imagino o som saindo… Mas nunca dá para ouvir um som sequer. Por que não?

Por que é reprovável cantar em público? Tá, atrapalha a viagem dos outros, outros esses que não são obrigados a te ouvir, mas não podem simplesmente descer no ponto mais próximo quando a cantoria dá no saco. A minha liberdade termina quando ela esbarra na sua, já disse alguém aí.

Chegou o meu ponto. Na hora de ir embora, não resisti. Fiz um joinha e disse, no tom mais irônico-cômico que encontrei, “canta bem, hein?!”.  Recebi um “é pra animar o busão”. Segui para a catraca, onde o cobrador me esperava para comentar algo. E eu só pude dizer “pelo menos não era funk…”.

 

Blues cósmico – e a crise dos 25 anos 04/03/2012

Filed under: Cultura,Divã — Aline Moraes @ 12:32 AM
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Quando ouvi a Janis Joplin cantando seus 25 anos pela primeira vez, pensei em quanta dor e desilusão ela devia estar sentindo ao escrever aquela música, tendo vivido apenas um quarto de vida (bom… no caso dela foi quase a vida toda, na verdade…enfim…). Kozmic Blues é praticamente um réquiem para a quarterlife crisis – ou a crise do um quarto de século vivido. Em 2011, pesquisadores ingleses teorizaram sobre esse “fenômeno” e publicaram um artigo a respeito e, ainda que eu ache que crises não devam ser tratadas como algo extraordinário, faz sentido pensar um pouco mais sobre aqueles que fazem de 25 a 35 anos nesta geração. Acho que nunca essa faixa etária sofreu tanta pressão na vida, por emprego, por amor, por sucesso ($).

Você não se sente um bosta quando esbarra em Mark Zukerbergs e Adeles da vida, que antes dos 25 descobriram e potencializaram seus talentos, já são ricos e construíram um legado relevante para a vida toda??? Logo você, que terminou a faculdade há pouco e ainda está se encaixando na vida adulta, que está um tantão longe de comprar a casa própria e mais longe ainda de fazer algo de bom e marcante com sua vida, que influencie a vida do resto do mundo positivamente e que seja digno de estampar manchetes de jornais… E enquanto, na geração dos nossos pais, casar e ter filhos era uma pressão do modelo “sua vida deve se resumir a isso”, hoje a pressão parece ainda maior, marido e prole como parte de uma vida de sucesso. Sempre ele, o sucesso, que inclui outros “n” fatores. Ser feliz ficou mais difícil no século 21.


(more…)

 

O Amor está a caminho 23/03/2010

Filed under: Frases que viram posts — Aline Moraes @ 12:00 AM
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Uma música sensível, uma bela oração –  para aqueles que querem fazer mais do que apenas dobrar os joelhos, marchar e dizer as coisas certas; aqueles que querem deixar um legado.

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Love Is On Its Way

Corinne Bailey Rae

Oh Father,
I wish I had understanding.
Never known more
Never been so well informed
We know the score
Heard it all before,
But I’ve never felt more powerless

There’s so much blood on the streets
So much hope refused
So much grainy teenage photographs on the evening news

Oo, when everywhere’s violence
Silently I go

Love’s on its way
I hope it won’t be too late

When the day comes
And I’ve counted all my sins
How mant I’ll see
I want to be able to say that I did more, more than pray
I did more
Than just spend my money
Just writing letters
Than just going out marching
I did more than talking and saying the right thing
Wearing the right thing
It’s time for an uprising

Love’s on its way
Hope it won’t be too late

Love’s on its way
Love’s on its way
Love’s on its way

Hope it won’t be too late