Minhas Folhas de Relva

percepções do cotidiano em letras livres

Loucura, dá um tempo… 25/02/2013

Filed under: Cotidiano,Cultura — Aline Moraes @ 9:13 PM
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Loucura, dá um tempo… Que eu quero ter mais tempo pro amor.
Contra ti, loucura, eu canto… E do peito se afasta qualquer sinal de dor.
Loucura, eu sei que volta… Mas sempre há razão pra, de novo, impor:
Loucura, dá um tempo… Que eu quero descanso e mais amor.

* * *

* * *

Lenine se inspirou no Mestre Guimarães Rosa. Leia aqui!

 

O caminho 18/02/2013

Filed under: Cotidiano,Divã — Aline Moraes @ 10:07 AM
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ImagemMensagem de pós-aniversário:

“você pára
a fim de ver
o que te espera
só uma nuvem
te separa
das estrelas”

Paulo Leminski,  Caprichos & Relaxos

 

Se você soubesse 22/10/2012

Filed under: Comportamento,Cotidiano,Cultura — Aline Moraes @ 1:04 AM
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“E gratidão também tivesse

Pela beleza e doçura

Que os teus lindos olhos têm

E pelo que eles em você transmitem

Assim como ninguém

Tenho certeza…

Sem demagogia, falando e eu juro

Que jamais os esconderia

Atrás de um lindo, porém ‘triste’,

E sem vida, ‘óculos escuros’.”

* * *

Recebi hoje à tarde, das mãos do poeta do metrô, esses versos despretensiosos… E, ao final da leitura, olhei para dentro de mim através dos óculos escuros que eu, de fato, usava… E, ali, me vi. Os olhos tristes sorriam pela sinceridade desses versos.

 

Poesia. Poetry. Shi 26/04/2012

Filed under: Comportamento,Cultura — Aline Moraes @ 2:12 AM
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Saudosismo e saudade não são sinônimos.
Um aprisiona, a outra se alimenta do que sente falta
para criar algo novo. Hoje de um jeito,
amanhã de outro.”

Mestre Guimarães Rosa quem disse isso, e eu encontrei essa frase na parte de trás de um marca página que peguei no Cinesesc ontem. Na parte da frente, o filme “Girimunho”, que estreia naquele cinema no dia 27 de Abril. Mas eu estava lá por causa de outro filme, “Poesia”, do sul-coreano Lee Chang-dong.

Em coreano, “Poesia” se resume a este único símbolo e a uma única sílaba: Shi

Pra variar, cochilei no filme e sinto que perdi partes importantes. Tá, pula essa parte. Apesar das pescadas, não deixei de reparar em quão boa é a atriz que interpreta a Mija, uma senhora de 66 anos (mesma idade de Yun Jeong-Lee na época, em 2010) que vive com o neto adolescente. Ela descobre que está desenvolvendo Alzheimer – assim como meu Vô Antônio – quando conta ao médico que tem esquecido palavras simples do cotidiano, e então decide se matricular num curso de poesia.

O professor começa a aula mostrando uma maçã, defendendo que, apesar de termos visto a fruta milhares de vezes ao longo da vida, não sabemos o que ela é de fato, porque não enxergamos além. A realidade é, portanto, muito complexa para uma olhadela dar conta. Assim, ele desafia os alunos a olharem ao redor com o objetivo de conhecerem o que veem. E Mija topa a empreitada.
(more…)

 

Diálogo 29/02/2012

Filed under: Divã,Textos meus — Aline Moraes @ 9:16 PM
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“Prova minha boca

no teu ouvido”
*  

ela, em silêncio,
*  

e ele, atento…

 

Nem “pelo”, nem “para, nem “por” 03/02/2012

Filed under: Divã,Textos meus — Aline Moraes @ 7:17 PM
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Que inebriante é estar feliz por um novo amor

Pelo emprego conquistado depois de meses desempregado

Pelo nome na lista de aprovados no vestibular

Pelo novo corte de cabelo, visual repaginado

Pelo carro zero saído da agência, cheirando a novidade

Pela chave da casa própria, depois de anos de aluguel

Pelo filho que acabou de chegar ao mundo

Pelo nocaute numa doença séria

Por pousar no destino dos sonhos

Por realizar aquela loucura de juventude

Pela festa de quinze anos

Pelo primeiro beijo – e a primeira transa

Vale a pena ser feliz por tudo isso

e muito mais. Muito mais!

Mas acho que não há felicidade mais pura

do que aquela que não tem “pelo”

nem “para”, nem “por”, nem porquê.

Só aquele sorriso fácil de manhã.

 

Numa manhã qualquer… 20/07/2010

Filed under: Divã,Textos meus — Aline Moraes @ 12:55 PM
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… a gente se dá conta!

Como há beleza na palavra distraída

no sorriso solitário

no cerrar profundo dos olhos

no tamborilar mal ritmado dos dedos

na respiração purificadora

no amanhecer de cada um

 

Tudo o que passa 13/04/2010

Filed under: Cultura,Frases que viram posts — Aline Moraes @ 10:12 AM
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Outras da série Leminski…

PASSE A NOITE

passe a peste

passe o verão

passe o inverno

passe a guerra

e passe a paz

passe o que nasce

passe o que nem

passe o que faz

passe o que faz-se

que tudo passe

e passe muito bem

(more…)

 

Olhares 05/04/2010

Filed under: Cultura,Frases que viram posts — Aline Moraes @ 12:12 AM
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Mais umas da série Leminski…

GIRAFAS

africanas

como meus avós

quem me dera

ver o mundo

tão do alto

quanto vós

* * *

EU

quando olho nos olhos

sei quando uma pessoa

está por dentro

ou está por fora

quem está por fora

não segura

um olhar que demora

de dentro do meu centro

este poema me olha