Minhas Folhas de Relva

percepções do cotidiano em letras livres

Capitães do próprio mundo 22/03/2010

Ser capitã desse mundo / Poder rodar sem fronteiras / Viver um ano em segundos / Não achar sonhos besteira

Nunca ouvi essa música da Maria Gadú até o fim porque o primeiro verso me irritava com o tal “Shimbalaiê”. Não curto essas palavras inventadas sem sentido (na verdade, eu gosto de “Avohai” – mas porque eu acho que tem sentido. Pode ser que a dela tenha também e eu não saquei, enfim…). Mas hoje, ao dar aquela fuçada básica em perfis de orkut semi-desconhecidos, me deparei com esta frase, bonita, que piscou pra mim: “Poder rodar sem fronteiras, não achar sonhos besteiras”. Dei um Google ainda mais básico e me surpreendi quando vi que essa frase vinha, exatamente, depois do Shimbalaiê que eu nunca consegui atravessar…

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Sedução pelo estrangeiro 15/10/2009

Filed under: Divã,Intercâmbio — Aline Moraes @ 2:54 AM
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Tenho pensado bastante no sentido dos meus planos de morar fora por um tempo. Estudar? Aprender línguas? Trabalhar? Viajar? Qual o meu objetivo, porque essa possibilidade me fascina tanto??? Por que eu não consigo ser nômade aqui onde eu vivo? Por que meu autoconhecimento não encontra espaço aqui?

Existe a ruptura mais drástica, que é um facilitador para mudanças, sem dúvida. E existe o fascínio por ser, novamente, observador do mundo. Aquele que olha de fora, para quem tudo é encantador e novo e passível de descoberta. A impressão que eu tenho é a de que devolve aquela sensação de ser bebê e perceber as coisas do mundo pela primeira vez.

Há 22 anos morando em São Paulo, parece que minha capacidade de observação e contemplação diminuiu com a rotina de espaços e tempos. Morar em outro lugar, numa nova cultura deve dar a chance de ver e valorizar aquilo que a rotina turva ou simplesmente encobre. Deixar de lado o olhar viciado. Treinar esse olhar para o novo no cotidiano.

E mais do que um observador do mundo, ser observador de si mesmo. Eu quero me deslumbrar. Com o belo e o feio, com o suave e o chocante. Com o simples, principalmente. Eu quero me deslumbrar com a novidade. Sobretudo, com a novidade em mim.