Minhas Folhas de Relva

percepções do cotidiano em letras livres

Partilhando balões 25/07/2010

Filed under: Divã,Intercâmbio,Textos meus — Aline Moraes @ 10:23 PM
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Não consigo conceber pessoas que não sonhem. No que elas pensam quando acordam? O que elas veem quando fecham os olhos? Que horizonte elas desenham? O que sentem pelo dia seguinte?

Claro, não acredito que devamos viver apenas para nossos sonhos, que geralmente são coisas altas, grandiosas (até demais). Afinal, nossa vida é feita também (aliás, principalmente) dos pequenos e discretos acontecimentos do cotidiano, no bom e velho “um dia de cada vez”. Viver só de sonhos e apenas para os sonhos seria passar o tempo todo em degraus… Mas perseguir (com a devida certeza) o sonho fortalece-nos, faz-nos crescer, aprender, questionar-se, olhar-se, entender-se um pouco melhor.

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Do que são feitas as pessoas? 13/05/2010

“Todas essas buscas, todos esses mundos… Podemos ser tão semelhantes e viver em universos tão distantes? É possível que partilhemos o mesmo frenesi, nós que não somos do mesmo solo nem do mesmo sangue e da mesma ambição?”

Hoje, depois de ler esse trecho do livro A Elegância do Ouriço, relembrei momentos dos últimos dias e me peguei pensando: sim, do que são feitas as pessoas? O que verdadeiramente nos une e o que criamos para nos separar?

Estou participando de um grupo de leitura e discussão do livro Um mês para viver. São umas 10 pessoas que leem um capítulo por dia e depois refletem juntas sobre o que aquelas palavras querem dizer e como elas podem nos transformar. São pessoas tão diferentes. A maioria religiosa. Eu ainda cheia de dúvidas. Alguns moram juntos. Outros nunca se viram na vida. A maioria é estrangeiro – alguns saíram de sua cidade para estudar em São Paulo, outros deixaram o México para fazer intercâmbio no Brasil. E eu estou de partida para ser estrangeira também.

Todos tão diferentes e reunidos ali, juntos, para refletir sobre a vida, destilar as angústias e compreender por que estamos aqui e como aproveitar melhor o nosso tempo. Cada um com sua busca. E vou percebendo que, mesmo com esforço, é difícil apr0ximar universos quando somos tão egoístas por natureza. Porque é realmente custoso e doloroso se reconhecer naquilo que não reflete nossa imagem. Mas acho que, quando conseguimos, e aí que partilhamos do mesmo frenesi sobre a vida.

“É preciso que alguma coisa acabe, é preciso que alguma coisa comece”. Que acabe o medo e que comece a confiança. Talvez assim a gente consiga responder a essas perguntas e encontrar a plenitude de ser o que somos e de deixarmos ser.

 

Deixar partir – e saber partir 16/04/2010

Hoje, um amigo me mandou o link de uma matéria muito comovente, que botou minha cabeça (e meu coração) para refletir. “Mãe antecipa parto para atender desejo de filho com câncer”. Esse é o título da matéria que saiu no Terra. Ela conta a história de Rebecca White, uma britânica de 27 anos, grávida e mãe de Pierce, de oito anos, e de outros três filhos. Pierce tem um tipo bem agressivo de câncer, segundo a matéria (originária da BBC), e a quimioterapia não está surtindo efeito nele. Para os médicos, não há mais perspectiva de cura. Pierce deve ter algumas poucas semanas de vida.

Por isso, a família tomou uma decisão extremamente difícil (e humana): parar de vez com o tratamento, para que Pierce não sofra mais em seus últimos dias de vida e para que ele possa aproveitar esse tempo para fazer as coisas de que mais tem vontade. À BBC, Rebecca disse que “nós conversamos com ele [Pierce] sobre isso e ele disse que aguentou o suficiente, que não quer mais. Está cansado. Nós decidimos que é melhor que ele morra com um pouco de dignidade”. Imagina chegar a esse veredicto? É um tipo de amor que eu ainda não consigo compreender (quem sabe, quando eu for mãe… se um dia eu for…).

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Frase do dia 03/03/2010

Filed under: Frases que viram posts — Aline Moraes @ 7:14 PM
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“A verdadeira arte de viver talvez seja tentar ser aquilo que você é. O que evidentemente é muito difícil.” Domingos de Oliveira, dramaturgo e cineasta carioca

É com essa frase que eu inauguro a minha página “Bloco de Notas” (tá ali em cima, junto com o meu perfil, meu portfólio…). Li-a no blog de uma amiga, que me levou ao blog da FLIP, que me levou ao texto de Domingos, sobre “Separações” (que veio a calhar, diga-se de passagem. Depois vou escrever um post sobre o assunto. Por enquanto, fique com a íntegra do texto, escrito por alguém que se casou – e se separou – cinco vezes…).

Enfim, voltando…. Já dei de cara com tanta frase bacana em livros, revistas, filmes, músicas e eu até hoje não adquiri o costume de carregar um bloquinho pra anotar esse tipo de coisa. E, quando eu carrego, eventualmente, sempre me deixo levar pelo “ah, depois eu anoto”. E, claro, esqueço.

O blog nasceu para ser meu bloquinho virtual, e me motivar a não deixar nenhuma frase, nenhum pensamento, nenhuma reflexão, nenhuma opinião pra depois.

Pois bem, acabei de topar com essa frase bacana sobre viver. Não deixei nem um segundo pra depois.   Se alguém tiver frases legais, pode mandar! Comenta nesse post que eu acrescento ao Bloco de Notas.

É, viver é bom no fim das contas… =)

 

Diálogo com a consciência 06/12/2009

Filed under: Divã,Textos meus — Aline Moraes @ 2:28 PM
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“Pra quê que a gente nasce?”, ela perguntou, depois que João leu aquele conto que questiona os “talvez” da vida.

“Pra fazer o que é bom pra gente”, retrucou João.

“E o que é bom pra você?”

“Ah… é ter liberdade, estar num mundo em que as pessoas se ajudam…”

“E o que você tem feito para ter o que é bom pra você? O que tem feito para ser livre? O que tem feito para viver em uma sociedade em que todos se ajudam?”

(pausa)

“Você ajuda?” (pergunta que pesa…)

(outra pausa)

“Você é livre?”, continuou a consciência…

 

Livros (não só) infantis 27/09/2009

Filed under: Cotidiano,Cultura — Aline Moraes @ 7:18 PM
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O Trem da AmizadeLivro infantil não é coisa de criança. É um jeito – muito especial – de fazer literatura. Comecei a aprender isso com uma colega de trabalho, a Cristiane Rogério, durante minha passagem pela revista CRESCER, da Editora Globo.

Pude perceber o quanto essa visão faz sentido quando peguei emprestado o livro O Trem da Amizade.

Uma história curtinha sobre um homem que passava a vida numa estação de trem (não lembro em que país, mas era na Europa) esperando por alguém que o viesse visitar. Mas ninguém aparecia.

Até que, um dia, ele tem um insight e decide pegar o trem – talvez a sua visita estivesse esperando-o na estação errada! E, a partir daí, ele descobre muita coisa sobre a vida, as relações humanas e a relação consigo mesmo. Um livro inspirador.
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